Sequenciamento genético de Ludwig van Beethoven mostra doença que pode ter levado a morte do compositor

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Sequenciamento genético de Ludwig van Beethoven mostra doença que pode ter levado a morte do compositor

Ludwig van Beethoven foi um compositor clássico alemão que viveu entre 1770 e 1827. Ele é considerado um dos maiores compositores da história da música ocidental. Sua música é amplamente aclamada até hoje. 

A causa precisa da morte desse gênio da música ainda não está bem esclarecida até hoje. 

Sabe-se que ele bebia demais e que seu fígado já estava bastante deteriorado ao fim da sua vida, mas a razão exata que pôs um fim à vida de Beethoven ainda é um mistério.

Como o genoma de Beethoven foi reconstruído e quais informações foi possível obter a partir disso?

Beethoven sofreu de várias doenças ao longo de sua vida, incluindo perda auditiva progressiva, problemas gastrointestinais e problemas respiratórios, entre outros.

Os cientistas analisaram 8 supostos tufos de cabelo do compositor coletados entre 1821 e 1827. Esses tufos são relíquias guardadas por seus fãs. 

As análises concluíram que apenas 5 dessas amostras poderiam ser, de fato, de Beethoven.

O compositor sofria de perda progressiva de audição, que se iniciou por volta dos 28 anos até ficar completamente surdo aos 45. Mas esse não era um problema hereditário – a pesquisa não encontrou marcadores genéticos para a surdez. As razões para o desenvolvimento dessa condição eram externas.

Seus  distúrbios gastrointestinais também não eram hereditários. Contudo, há evidências que os problemas hepáticos tinham influência dos seus genes. Beethoven tinha o risco triplicado de desenvolver doenças no fígado devido a uma variante do gene PNPLA3 que carregava.

Conjuntamente a sua tendência hereditária ao desenvolvimento de problemas hepáticos, Beethoven também estava contaminado pelo vírus da hepatite B no momento de sua morte e bebia demais. Com isso, a hipótese levantada, a partir dessas descobertas, é que a combinação desses fatores tenha culminado na morte do músico.

Uma segunda descoberta que a reconstrução do seu genoma proporcionou é que o pai de Beethoven não era filho biológico do seu avô. É possível que a avó do compositor tenha se envolvido em um caso extraconjugal.

O sequenciamento genético ajudou a elucidar alguns aspectos sobre a vida e morte de um dos maiores compositores da história da humanidade séculos depois de sua morte. Mas a sua utilidade vai para muito além disso. Esse recurso também pode ser usado para identificar mutações genéticas associadas a doenças hereditárias de pessoas que estão vivas, ajudando a melhorar a precisão de diagnósticos e a definir os melhores planos de tratamento.

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