Mitos e verdade sobre o câncer colorretal

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Mitos e verdade sobre o câncer colorretal

Mitos e verdade sobre o câncer colorretal

O câncer colorretal ainda é cercado de mitos e tabus. Por exemplo: há quem acredite que a doença é uma sentença de morte e quem negligencie os sintomas até o tumor se tornar avançado. Dois grandes erros que dificultam o diagnóstico precoce e o tratamento dessa enfermidade. 

Por esse motivo, hoje vou comentar a respeito de alguns mitos e verdade sobre o câncer colorretal para te ajudar a prevenir a doença ou a enfrentá-la a partir de informações com base científica. Vamos lá?

Se a pessoa não apresenta sintomas, então ela não tem a doença 

Mito! Principalmente nos estágios iniciais, o paciente poderá não apresentar nenhum sintoma intestinal comumente associado ao câncer colorretal, como presença de sangue nas fezes, dor abdominal, diarreia ou constipação.

É por esse motivo que o exame de sangue oculto nas fezes, por exemplo, é tão importante. Ele permite detectar quantidades microscópicas de sangue nas fezes do paciente, mesmo que ele não apresente nenhum sintoma aparente. Se o resultado for positivo, iremos encaminhá-lo para uma colonoscopia, que possibilitará o diagnóstico adequado. 

Ter um pólipo é sinal de câncer colorretal 

Mito! Os pólipos colorretais se tornam significativamente comuns a partir dos 50 anos, mas nem todos eles vão se tornar tumores malignos. Alguns tipos de pólipo têm mais chances de se malignizar do que outros, mas todos devem ser removidos durante a colonoscopia. 

Por outro lado, quando o paciente apresenta um pólipo, o médico costuma recomendar que ele realize a colonoscopia mais frequentemente, para que, caso outra lesão se desenvolva, ele seja capaz de removê-la antes da possível malignização.

Ou seja, embora ter um pólipo não seja um sinal de câncer, é sim um fator que aumenta as chances do indivíduo desenvolver um tumor colorretal.

O câncer colorretal só afeta pessoas mais velhas

Outro mito! A maioria dos casos de câncer colorretal acomete pessoas acima dos 50 anos, mas nos últimos 20 anos, o número de jovens com a doença aumentou significativamente. Inclusive, diversas entidades médicas têm defendido a diminuição da idade recomendada para o rastreio do câncer colorretal.

Na prática, isso significa que os mais jovens devem ficar muito atentos à sua saúde intestinal e nunca negligenciar o surgimento de sintomas como mudanças no hábito intestinal, sangue nas fezes e dor abdominal. 

É bem comum que as pessoas mais jovens, principalmente as que estão muito envolvidas com a carreira, ignorem esses sinais porque não querem tirar um tempo para ir ao médico. Como cirurgiã coloproctologista, preciso dizer que nunca vale a pena colocar a sua saúde em risco! Não faça suposições e busque ajuda médica, sempre!

Pessoas da raça negra têm mais chances de ter câncer colorretal

Verdade! Diversos estudos apontaram que homens e mulheres negras têm mais riscos de desenvolver o câncer colorretal em formas agressivas e, inclusive, de falecer em decorrência da doença. 

É difícil estabelecer o motivo, mas a dificuldade de acesso a tratamentos médicos, somado à comorbidades, parecem ter um impacto significativo na incidência e mortalidade desse tipo de tumor em pessoas da raça negra. 

O câncer colorretal tem boas chances de cura

Verdade! Quando detectado precocemente, o câncer colorretal chega a ter 95% de chances de cura. Hoje, o mercado já possui tratamentos cada vez mais modernos e eficazes, como a cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Eles podem, inclusive, ser utilizados em combinação. 

Claro que quanto mais avançado está o tumor, mais difícil o tratamento e, portanto, pior o prognóstico. Por isso enfatizo tanto por aqui a respeito da importância da prevenção e do rastreamento do câncer colorretal. 

Entretanto, mesmo quando a doença é descoberta em estágios mais avançados, o paciente recebe um plano de tratamento que vai buscar não só curar a doença como também preservar ao máximo a sua qualidade de vida. 

Receber o diagnóstico de câncer nunca é fácil, porque o paciente e seus familiares vão passar por grandes mudanças na vida e também vão enfrentar o medo de morrer ou de perder quem amam. Aqui, ter uma equipe preparada, que explica tudo a respeito do tratamento e acolhe a dificuldade desse momento faz toda a diferença.

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