Seja por equívocos a respeito dos sintomas ou ou mesmo falta de informação sobre os tratamentos disponíveis, a população ainda tem dificuldades em adotar hábitos de prevenção do câncer colorretal.
O cenário já melhorou bastante, mas, hoje, estima-se que uma parcela significativa da população ainda deixe de fazer exames como a colonoscopia e a pesquisa de sangue oculto nas fezes, por exemplo.
Não é incomum, também, que eu receba pacientes que passaram muitos anos com incômodos intestinais e até mesmo sangramentos expressivos, mas que tiveram vergonha ou medo de procurar um especialista.
Por esse motivo, ao encerrar nossa série de posts sobre o Setembro Verde, quero falar sobre 7 os principais mitos que dificultam a prevenção do câncer colorretal por grande parte da população.
Há muitos anos atrás, esse tipo de pensamento poderia até corresponder à verdade. Entretanto, nos últimos vinte anos, ficou evidente que, apesar de pessoas acima dos 50 anos, de fato, estarem mais sujeitas ao desenvolvimento desse tipo de tumor, esse câncer é cada vez mais comum em pessoas jovens.
Recentemente, a morte precoce do ator Chadwick Boseman trouxe mais visibilidade à questão. Ele tinha apenas 43 anos quando faleceu depois de lutar por três anos contra um câncer de cólon estágio III.
Ainda não sabemos dizer com certeza os motivos pelos quais o câncer colorretal se tornou mais comum entre pessoas mais jovens. A aposta da maioria dos coloproctologistas e outros pesquisadores está justamente nos hábitos de vida pouco saudáveis que ainda são frequentes entre pessoas com menos de 40 anos, como ter uma dieta pobre em fibras, consumo excessivo de bebida alcoólica, sedentarismo, obesidade e tabagismo.
Quando falamos em câncer de intestino e do reto, muitas pessoas pensam logo na prática do sexo anal. Essa é uma associação equivocada, já que a doença não está ligada a nenhum tipo de prática sexual.
O perigo desse pensamento é que o paciente pode achar que não vai desenvolver câncer colorretal porque não faz esse tipo de sexo e deixar de tomar as medidas realmente eficazes na prevenção da enfermidade.
Entretanto, preciso dizer que o câncer de ânus, sim, pode estar associado ao sexo anal, caso o paciente seja infectado pelo vírus do HPV.
Ainda cercada de mitos, a colonoscopia é o exame mais importante na prevenção do câncer colorretal. A partir da inserção do colonoscópio no ânus do paciente, é possível visualizar toda a extensão do intestino grosso e a porção final do intestino delgado.
Além disso, a colonoscopia pode ter ação terapêutica: caso um pólipo seja identificado, por exemplo, ele poderá ser removido durante o exame.
Muitos pacientes têm muito medo da colonoscopia porque acham que o exame será doloroso ou constrangedor. Entretanto, todo o procedimento é realizado com o paciente sedado e deitado de lado, em posição confortável e com todo o corpo coberto por um lençol.
Não precisa sentir medo ou vergonha de realizar esse tipo de exame. O médico coloproctologista está preparado para realizá-lo de maneira profissional e indolor.
Infelizmente, pelo fato de a doença ser frequente, muitas pessoas passaram a banalizar o câncer. Elas pensam que manter hábitos saudáveis não vale a pena porque vão desenvolver a doença de qualquer forma.
A medicina não é uma ciência exata. Realmente, há quem leve uma vida saudável e acaba desenvolvendo problemas como o câncer colorretal, bem como existem pessoas que são fumantes, por exemplo, e morrem de causas naturais.
Entretanto, nos baseamos em dados científicos e probabilidades. Podemos garantir que o número de pessoas que têm fatores de risco associados ao câncer colorretal e que desenvolveram tumores no intestino ou em outros órgãos é muito maior do que aqueles que não apresentaram a doença.
Cuidar da saúde sempre vale a pena.
Esse é o tipo de coisa que quase ninguém diz em voz alta, mas que permanece enraizada na nossa sociedade como um tipo de tabu.
Os relatos de pacientes que conviveram com sintomas de câncer colorretal por meses e até anos por terem vergonha de procurar o coloproctologista ou falar com alguém sobre o assunto são muitos. Todos eles têm em comum o arrependimento por não terem superado esse tabu e iniciado o tratamento antes.
Pode parecer extremo, mas existem pessoas que preferem não realizar nenhum tipo de exame de rastreamento porque acreditam que o câncer é uma sentença de morte.
Esse é um equívoco na grande maioria dos casos, em especial quando o assunto é câncer colorretal. Afinal, quando detectado precocemente, esse tipo de neoplasia chega a ter 90% de chances de cura, um prognóstico excelente.
Além disso, hoje já temos tratamentos muito avançados, que incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e muitos medicamentos no mercado. O objetivo dessas terapias será não só curar a doença, mas também preservar, o máximo possível, a qualidade de vida do paciente.
Nem todo sangramento anal é causado por hemorróidas, assim como não necessariamente é causado por câncer. Entretanto, presumir que não é nada sério pode ser bem perigoso.
É natural que diante de um susto como ver sangue no papel higiênico ou no vaso sanitário, as pessoas pensem que é algo simples ou benigno, como uma fissura ou hemorroida. Muitas vezes, pode ser mesmo este o caso, mas é importantíssimo receber o diagnóstico correto por um coloproctologista.
Hemorróidas e fissuras também precisam de tratamento médico, e, se não for esse o caso, o médico irá solicitar exames para investigar a causa do sangramento. Se for câncer colorretal, quanto mais cedo iniciarmos o tratamento, melhor.
Espero que o post de hoje tenha ajudado a desconstruir algumas concepções comuns a respeito da saúde intestinal e que, depois dessa leitura, você esteja mais informado a respeito da prevenção do câncer colorretal.
Se você conhece alguém que precisa saber disso tudo, não deixe de compartilhar esse artigo!
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