A pandemia fez muitas pessoas adiarem as visitas ao médico, especialmente a realização de exames que precisam ser feitos em clínicas ou hospitais. Em março de 2020, muitos pacientes e instituições desmarcaram exames agendados, sendo muitos deles necessários para o rastreamento do câncer. É o caso da colonoscopia, realizada para rastrear pólipos e tumores colorretais.
Alguns centros de saúde identificaram uma queda no número de colonoscopias de até 90%, e mesmo após a vacinação a quantidade de exames realizados ainda não equivale aos que vinham sendo registrados antes da pandemia.
Essa é uma grande perda porque os casos de câncer colorretal têm aumentado nos últimos anos, especialmente entre pacientes jovens. Por outro lado, em países em que o rastreamento da doença é realizado em grande parte da população, o número de pacientes diagnosticados com a doença têm diminuído e tumores também têm sido detectados em estágios iniciais, quando as chances de sucesso do tratamento são maiores.
Nesse sentido, uma das estratégias adotadas por médicos e instituições, especialmente aqueles que acompanham pacientes que fazem parte de grupos de risco para Covid-19, é recomendar a realização da pesquisa de sangue oculto nas fezes.
Trata-se de um exame não invasivo que pode ser coletado em casa. Caso o resultado aponte a presença de sangue nas fezes, a colonoscopia deverá ser indicada.
Como expliquei, o exame de sangue oculto nas fezes é útil porque possibilita ao paciente iniciar o rastreamento do câncer colorretal sem sair de casa. Entretanto, esse teste é capaz de detectar, apenas, a presença de quantidades microscópicas de sangue nas fezes, sem determinar a causa do problema ou oferecer qualquer medida terapêutica.
Já a colonoscopia oferece uma visão clara e nítida de toda a extensão do intestino grosso do paciente, o que possibilita a investigação do que está causando o sangramento identificado. Frequentemente, tumores ou pólipos podem ser a causa do sangramento.
Os pólipos, se não removidos, podem se transformar em um câncer. Na maioria dos casos, conseguimos removê-los durante a colonoscopia.
E, é claro, se encontrarmos um tumor, será possível já fazer a biópsia para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.
Entretanto, quero ressaltar que ainda estamos retomando as atividades lentamente aqui no Brasil com o andamento da vacinação, e muita gente ainda não fez os exames de rotina adiados desde o começo de 2020. Agora, o importante é iniciar algum tipo de rastreamento do câncer colorretal, seja com a colonoscopia, indicada a homens e mulheres a partir dos 45 anos (ou mais cedo caso tenha histórico familiar da doença), ou com o exame de sangue oculto nas fezes.
Lembrando que os consultórios, clínicas e hospitais seguem todas as medidas de segurança possíveis para evitar a contaminação por Covid-19. Sei que o medo ainda é grande, mas não deixe ele te paralisar e te impedir de cuidar da sua saúde, ok?
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1 Comentário
Encontrei o Artigo por coincidencia em uma pesquisa através
do Google. Interessante artigo