Uma pesquisa realizada por cientistas do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ-USP) em parceria com o Instituto de Pesquisa do Câncer de Ontário (OICR) e publicada na revista PLOS Genetics aponta a presença de uma assinatura genética que ajuda a estimar a gravidade de certos tipos de câncer de mama.

A pesquisa foi publicada na revista Plos Genetics em dezembro de 2019 e integra uma rede de estudos que estão em desenvolvimento no Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP).

Para iniciar tal mapeamento, os pesquisadores usaram como ponto de partida  a caracterização dos genes envolvidos durante a formação de vasos sanguíneos, tecnicamente chamada de angiogênese. 

Essa etapa antecede tanto a formação de tumores como a formação de doenças na retina.

Os pesquisadores listaram 153 genes que aparecem alterados entre retinas normais e retinas patológicas em camundongos, na primeira parte do estudo.  Depois da reunião de dados, os cientistas identificaram os 149 genes humanos equivalentes. 

Essas informações foram cruzadas com um banco de dados com 2 mil pacientes diagnosticados com neoplasia de mama por meio de técnicas de aprendizado de máquina e bioinformática.

Foram encontrados 11 genes-chave – que funcionam como uma assinatura do processo angiogênico e tem capacidade de prever se um câncer de mama tem maior ou menor risco de ressurgir.  

A forma como esses 11 genes se comportam permite classificar um tumor como sendo de maior ou menor risco de reaparecimento após um tratamento bem sucedido.  

A expectativa é de que, após um aperfeiçoamento da técnica, sejam criados tratamentos que atuem diretamente sobre os genes que compõem a assinatura genética do paciente.