Bactérias intestinais podem estimular inflamação no órgão, levando ao câncer

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Bactérias intestinais podem estimular inflamação no órgão, levando ao câncer

Bactérias intestinais podem estimular inflamação no órgão, levando ao câncer

Cada vez mais estudos têm associado a disbiose intestinal, ou seja, o desequilíbrio entre as bactérias do intestino, ao desenvolvimento de tumores colorretais. Esse pode ser um fator de risco muito relevante, especialmente, para os casos de câncer de intestino em pacientes com menos de 50 anos, que continuam a levantar muitos questionamentos entre os especialistas.

Um desses estudos, publicado recentemente no periódico Cell Host & Microbe, identificou que cepas de uma bactéria chamada Bacteroides fragilis ao serem enriquecidas por genes associados à biossíntese de lipopolissacarídeos podem induzir a inflamação da mucosa do cólon. Esse processo teria um papel importante no desenvolvimento de câncer.

Correlação entre dieta, microbiota intestinal e o câncer é reforçada

O estudo identificou que a genética do hospedeiro, exposições ambientais por meio da dieta e outros fatores podem se juntar às propriedades da B. fragilis no microbioma, desencadeando o processo inflamatório causador de pólipos pré-cancerosos. Ou seja, não é somente a bactéria a responsável pela carcinogênese.

Outras bactérias, como a Fusobacterium nucleatum, por exemplo, têm sido encontradas em maior quantidade junto dos tumores malignos.

Além disso, pesquisadores de Harvard observaram em um estudo epidemiológico em que a rica ingestão de alimentos com enxofre, que favorece o desenvolvimento de bactérias sulfurosas no intestino, está associada ao desenvolvimento de câncer colorretal. 

O papel da microbiota intestinal na saúde como um todo

As principais funções desses microorganismos que habitam o intestino são auxiliar no processo de digestão e absorção de nutrientes, além de proteger o cólon da proliferação de bactérias e fungos patogênicos. Isso significa que o equilíbrio é fundamental neste ecossistema. 

Hoje, já temos estudos que associam a longevidade à microbiota. De acordo com um estudo da Escola de Medicina da Universidade de Keio, no Japão, juntamente do MIT e Harvard, nos EUA, os idosos com mais de 100 anos apresentam uma assinatura de microbiota intestinal específica que se difere dos grupos mais jovens. 

Trata-se de bactérias capazes de produzir ácidos que desempenham um importante papel na imunidade, protegendo o intestino e o corpo como um todo de agentes enteropatogênicos.

Esses indivíduos centenários, inclusive, parecem ser menos suscetíveis a doenças crônicas relacionadas à idade, além de serem capazes de sobreviver a diferentes episódios de infecções durante a vida.

Tudo isso significa que manter o equilíbrio saudável entre os microorganismos do intestino é importante para prevenir o câncer e uma série de outras doenças (além de aumentar a longevidade!).

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