1 em cada 8 pacientes com câncer têm mutações genéticas causadoras da doença, diz estudo

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1 em cada 8 pacientes com câncer têm mutações genéticas causadoras da doença, diz estudo

1 em cada 8 pacientes com câncer têm mutações genéticas causadoras da doença, diz estudo

De acordo com os resultados de um estudo publicado em novembro de 2020 na revista Jama Oncology, a cada 8 pacientes com câncer, 1 têm mutações genéticas que podem ter contribuído para o desenvolvimento da doença. Entretanto, quase metade dessas alterações não teria sido identificada ao utilizar as diretrizes de rastreamento atuais

De acordo com os resultados de um estudo publicado em novembro de 2020 na revista Jama Oncology, a cada 8 pacientes com câncer, 1 têm mutações genéticas germinativas que podem ter contribuído para o desenvolvimento da doença. Entretanto, quase metade dessas alterações não teria sido identificada ao utilizar as diretrizes de rastreamento atuais

A descoberta foi feita a partir do maior estudo desse tipo realizado até o momento, abordando quase 3.000 pacientes com diversos tipos e estágios de câncer, incluindo neoplasias colorretais, de mama, pulmão, ovário, pâncreas, bexiga e endométrio.

Como o estudo foi realizado

A pesquisa buscou examinar a prevalência de variantes genéticas patogênicas em pacientes com câncer com a realização do teste universal, em comparação com teste direcionado que normalmente utilizamos na oncogenética. 

Para isso, a equipe realizou o teste genético em 2.984 pacientes oncológicos, que estavam recebendo tratamento em centros da Mayo Clinic no Arizona, na Flórida e em Minnesota, além de um centro comunitário de câncer em Wisconsin. 

Por meio do sequenciamento genético de última geração, os pesquisadores testaram os pacientes para aproximadamente 84 mutações causadoras de câncer, e os resultados foram surpreendentes.

Entre os participantes, 13,3% testaram positivo para mutações patogênicas e, desse grupo, 70% dos pacientes tinham genes de moderada e alta penetrância que aumentavam seus riscos de desenvolver neoplasias. 

Aqueles com mutações de alta penetrância, ou seja, aquelas que conferem alto risco de desenvolvimento da doença, tiveram mudanças no tratamento a partir dos resultados do teste genético, incluindo mudanças na cirurgia, imunoterapia ou envolvimento num ensaio clínico específico para o qual, sem o conhecimento das mutações, eles não fariam parte. 

O que esse estudo pode mudar para a oncogenética

Para os autores do estudo, essa descoberta é um indício de que os parâmetros que utilizamos, até o momento, para determinar quem deve ou não fazer um teste genético não são sensíveis o suficiente para identificar muitos dos indivíduos que, de fato, precisam dele. 

Isso significa que, no cotidiano, deixamos de testar pessoas que poderiam se beneficiar de tratamentos específicos, que levam em consideração os riscos, benefícios e potenciais complicações relacionadas à mutações genéticas. 

Quando um paciente descobre ser portador de uma mutação genética que predispõe ao câncer, é possível tomar decisões estratégicas no seu tratamento, com o objetivo de curar a doença ou mesmo prevenir que outros tumores se desenvolvam.

Até o momento, de maneira geral, o aconselhamento genético é indicado para os pacientes que:

  • Tiveram câncer em idade jovem;
  • Tiveram mais de um câncer (do mesmo tipo ou de tipos diferentes);
  • Suspeitam ou têm certeza de que há uma síndrome hereditária de predisposição ao câncer na sua família;
  • Pertencem a certos grupos populacionais que apresentam maior risco de doenças hereditárias, como os judeus asquenazes, por exemplo;
  • Têm mais de um parente próximo que teve câncer;
  • Possuem parentes no qual o câncer tenha ocorrido em idade mais precoce que a habitual

Essas são as diretrizes internacionais adotadas em todo o mundo mas, como cada caso é único, uma análise individualizada sempre deverá ser feita. 

Por outro lado, com os resultados do estudo, a Mayo Clinic está mudando a sua prática em todos os seus centros de tratamento de câncer, oferecendo a todos os pacientes oncológicos uma avaliação genômica que inclui testes genéticos para identificar possíveis mutações. 

Se alterações forem encontradas, será possível entender se o tumor pode ter sido causado por elas e, por fim, utilizar esse conhecimento para desenvolver o melhor tratamento possível. 

A publicação na JAMA Oncology é recente e ainda é cedo para saber se outras instituições irão adotar essas medidas ou se as diretrizes estão prestes a sofrer mudanças, mas continuarei acompanhando os desdobramentos dessas descobertas. 

A descoberta foi feita a partir do maior estudo desse tipo realizado até o momento, abordando quase 3.000 pacientes com diversos tipos e estágios de câncer, incluindo neoplasias colorretais, de mama, pulmão, ovário, pâncreas, bexiga e endométrio.

Como o estudo foi realizado

A pesquisa buscou examinar a prevalência de variantes genéticas patogênicas em pacientes com câncer por meio de uma abordagem de teste universal, em comparação com teste direcionado que normalmente utilizamos na oncogenética. 

Para isso, a equipe realizou o teste genético de 2.984 pacientes oncológicos, que estavam recebendo tratamento em centros da Mayo Clinic no Arizona, na Flórida e em Minnesota, além de um centro comunitário de câncer em Wisconsin. 

Por meio do sequenciamento genético de última geração, os pesquisadores testaram os pacientes para aproximadamente 84 mutações causadoras de câncer, e os resultados foram surpreendentes.

Entre os participantes, 13,3% testaram positivo para mutações patogênicas e, desse grupo, 70% dos pacientes tinham genes de moderada a alta penetrância que aumentavam seus riscos de desenvolver neoplasias. 

Aqueles com mutações de alta penetração, ou seja, com efeitos significativos e aparentes, tiveram mudanças no tratamento a partir dos resultados do teste genético, incluindo mudanças na cirurgia, imunoterapia ou envolvimento num ensaio clínico específico para o qual, sem o conhecimento das mutações, eles não fariam parte. 

O que esse estudo pode mudar para a oncogenética

Para os autores do estudo, essa descoberta é um indício de que os parâmetros que utilizamos, até o momento, para determinar quem deve ou não fazer um teste genético não são sensíveis o suficiente para identificar quem de fato precisa dele. 

Isso significa que, no cotidiano, podemos estar deixando de testar pessoas que poderiam se beneficiar de tratamentos específicos, que levam em consideração os riscos e potenciais complicações relacionadas à mutações genéticas. 

Quando um paciente descobre ser portador de uma mutação genética causadora de câncer, é possível tomar decisões mais estratégicas no seu tratamento, com o objetivo de curar a doença ou mesmo prevenir que outros tipos de tumores se desenvolvam.

Até o momento, de maneira geral, o aconselhamento genético é indicado para os pacientes que:

  • Tiveram câncer em idade jovem;
  • Tiveram mais de um câncer (do mesmo tipo ou de tipos diferentes);
  • Suspeitam ou têm certeza de que há uma síndrome hereditária de predisposição ao câncer na sua família;
  • Pertencem a certos grupos populacionais que apresentam maior risco de doenças hereditárias, como os judeus asquenazes, por exemplo;
  • Têm mais de um parente próximo que teve câncer;
  • Possuem parentes no qual o câncer tenha ocorrido em idade mais precoce que a habitual

Essas são as diretrizes internacionais adotadas em todo o mundo e, como cada caso é único, nem sempre vamos segui-las à risca. 

Por outro lado, com os resultados do estudo, a Mayo Clinic está mudando a sua prática em todos os seus centros de tratamento de câncer, oferecendo a todos os pacientes oncológicos uma avaliação genômica que inclui testes genéticos para, potencialmente, identificar mutações. 

Se alterações forem encontradas, será possível entender se o tumor pode ter sido causado por elas e, por fim, utilizar esse conhecimento para desenvolver o melhor tratamento possível. 

A publicação na JAMA Oncology é recente e ainda é cedo para saber se outras instituições irão adotar essas medidas ou se as diretrizes estão prestes a sofrer mudanças, mas continuarei acompanhando os desdobramentos dessas descobertas. 

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