Uma das primeiras dúvidas do paciente ao ser diagnosticado com câncer colorretal é se o tratamento irá necessitar a realização de um estoma e o uso de bolsa de colostomia. Trata-se do desvio do intestino para uma abertura no abdômen do paciente, de maneira que as fezes sejam eliminadas diretamente numa bolsa coletora.
As colostomias podem ser temporárias ou permanentes, dependendo da posição do tumor intestinal e se é possível reconectar as porções remanescentes do intestino depois que a parte afetada pela doença foi removida e o processo de cicatrização avançou.
Algumas pessoas revertem suas colostomias depois de algumas semanas ou meses, enquanto outras esperam anos para realizar essa segunda cirurgia. Em alguns casos, o paciente decide manter o estoma permanentemente para não passar por outro procedimento.
Por fim, existe, também, a possibilidade de que algumas complicações, como aderências (desenvolvimento de tecido cicatricial que levam à união de porções previamente separadas) por exemplo, tornem o uso permanente do estoma a melhor opção.
Atualmente, a maioria dos pacientes que passam por cirurgia para tratar o câncer de cólon não precisa realizar um estoma e conviver com a bolsa de colostomia. Os avanços no rastreio da doença, somados a técnicas cirúrgicas cada vez mais avançadas, possibilitam que o câncer seja detectado precocemente e seja removido sem a necessidade do estoma.
Já para os tumores de reto (parte final do intestino grosso) quase sempre a ostomia será necessária para desviar a passagem das fezes pelo local da emenda cirúrgica enquanto ela cicatriza. Após o período de cicatrização um novo procedimento, dessa vez mais simples, é realizado para a retirada da ostomia e restabelecimento do trânsito intestinal normal.
Já em alguns pacientes, nos quais o tumor de reto invade o canal anal e os músculos esfincterianos, é necessária a retirada do ânus junto com o reto e a realização de uma ostomia definitiva, sem a possibilidade de reversão.
Naturalmente, é compreensível que o paciente queira manter o fluxo natural das fezes e não deseje conviver com a ostomia, mas em muitos casos, essa não é uma opção viável. Mas, vale saber que o estoma, passado o período de adaptação, permite ao paciente ter uma qualidade de vida semelhante aos não ostomizados.
Hoje em dia existe uma conscientização muito maior a respeito das pessoas ostomizadas. Somente no Brasil, 400 mil pessoas convivem com bolsas de ostomia, de maneira que essa população tem sido cada vez mais reconhecida em suas necessidades e direitos.
Na prática, isso significa que pessoas ostomizadas podem encontrar grupos de apoio e muita informação nas redes sociais e Youtube a respeito do uso da bolsa de ostomia, seus diferentes modelos e seus acessórios, além de conteúdo empoderador para resgatar a autoestima depois da cirurgia.
Graças ao apoio da equipe médica, amigos e familiares, bem como políticas públicas que garantem a acessibilidade do paciente ostomizado, a maioria dessas pessoas têm tido ótima qualidade de vida. Conviver com o estoma pode ser desafiador, mas não precisa ser limitante!
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