A cirurgia oncológica é bem mais ampla do que se pensa.

Para quem não sabe, a cirurgia não é usada apenas para remover tumores. Nós também operamos para prevenir, diagnosticar, estadiar e tratar o câncer, além de aliviar o desconforto e alguns problemas relacionados à doença.

Cirurgia Preventiva

A cirurgia preventiva ou profilática, por exemplo, é feita para remover um órgão que apresenta  grande possibilidade de desenvolver câncer, mesmo que não haja sinais da doença no momento da operação. Às vezes, quando uma pessoa tem uma condição genética que aumenta muito o seu risco, essa é uma ótima opção para evitar que a doença apareça.

Um exemplo muito famoso é o da Angelina Jolie, que tem histórico familiar de câncer de mama. Em 2013, ela fez um teste genético que identificou uma alteração hereditária de predisposição ao câncer de mama, que confere cerca de 90% de chance de desenvolver a doença. A atriz então optou por retirá-las preventivamente.

Não é uma decisão fácil. Mas como disse a própria Angelina, “Você pode buscar aconselhamento, estudar as opções e tomar as decisões que são mais apropriadas para você. Conhecimento é poder”!

Cirurgia de Diagnóstico

A aplicação da cirurgia no campo diagnóstico é realizada para saber se uma pessoa tem câncer e, se sim, qual é o tipo. Isso é possível pela retirada de uma amostra de tecido, que é enviada para análise. É o que chamamos de biópsia, uma operação bastante comum.

O diagnóstico é feito por meio da análise das células, que pode ser feita com microscópio ou com a realização de outros testes de laboratório. Um profissional fundamental nesse processo é o patologista, que é o médico especializado na realização e interpretação desses exames laboratoriais e avaliação de células, tecidos e órgãos.

É ele quem faz essa análise e fornece um relatório ao cirurgião, para que ele, então, feche o diagnóstico. Essa troca de informações é essencial. Integrar dados clínicos, patológicos e moleculares nos permite compreender cada caso e indicar um tratamento personalizado.

Uma coisa que aprendemos na luta contra o câncer é exatamente isso: a importância do trabalho multidisciplinar e em equipe.

Cirurgia de Estadiamento

A cirurgia de estadiamento é realizada para sabermos exatamente qual a localização e extensão do câncer. Durante o procedimento, toda a área em torno do tumor é examinada, incluindo os gânglios linfáticos e outros órgãos.

Podem ser colhidas amostras de tecido (biópsia) ou ser retirado todo o tumor com margem de segurança e linfonodos próximos (cirurgia oncológica para tratamento). O material, então, é enviado ao médico patologista para análise microscópica da extensão da doença, oferecendo à equipe médica informações precisas que são usadas para para decidir o melhor tratamento e prever seus resultados.

Cirurgia de Tratamento

Nessa fase, o método empregado depende da condição de cada caso.

Quando existe a possibilidade de retirada completa do tumor, realizamos a Cirurgia Curativa. Ela pode ser usada isoladamente ou em combinação com outros tratamentos, como quimioterapia ou radioterapia, que podem ser administrados antes ou depois do procedimento.

Já quando o câncer está localmente avançado, invadindo outros órgãos, sendo tecnicamente impossível sua ressecção completa, ou possui metástases a distância, realizamos a Cirurgia Paliativa. O seu objetivo é de aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes, entretanto não tem a capacidade de cura. Podemos associar também outros tratamentos como radioterapia e quimioterapia.

Assim, a cirurgia oncológica oferece possibilidades de prevenção e tratamento em cada estágio da doença.