A transmissão do vírus do papiloma humano, ou HPV, está associada a um risco maior de contrair o vírus da imunodeficiência humana (HIV), e vice-versa. Ou seja, em relação à população em geral, uma pessoa portadora de HPV tem maiores chances de contrair HIV, e as chances de um portador de HIV contrair HPV também são maiores.
Considerando que a grande maioria dos casos de câncer anal está relacionado ao vírus do papiloma humano, essa conexão é importantíssima. Estima-se, inclusive, que a incidência de câncer anal em pessoas infectadas pelo HIV é 30 vezes maior do que na população geral.
Isso significa que ter um status soropositivo para HIV é um fator de risco para câncer anal, bem como ter HPV. Outros fatores de risco importantes são:
Afinal, sem a atuação completa do sistema imunológico, o ambiente fica favorável para o desenvolvimento do que chamamos de displasias intraepiteliais, ou seja, células anormais que podem evoluir rapidamente para câncer anal.
O tratamento do câncer anal geralmente envolve quimio e radioterapia ou cirurgia, podendo variar de acordo com o estágio da doença e características específicas do tumor e do paciente.
Em pacientes com HIV, o processo é semelhante, mas muitos estudos apontam que a toxicidade do tratamento é maior nessa população, e adaptações devem ser realizadas para otimizar o protocolo.
Costuma ser necessário fazer mais interrupções e pausas de maior duração no tratamento desses pacientes para lidar com os efeitos adversos, que podem ser acentuados na parte dermatológica (descamação da pele) e hematológica. Essas crises podem ser agudas e necessitar de hospitalização.
Vale ressaltar, também, que o tratamento parece ser mais bem-sucedido em pacientes que já estão em terapia antirretroviral, com um aumento na sobrevida em até dois anos.
Socialmente, tanto a infecção por HIV quanto as práticas sexuais que aumentam o risco de contágio por HPV e o próprio diagnóstico de câncer anal são considerados tabus. Sem dúvida, isso coloca os pacientes em risco, já que as barreiras de acesso à informação e à assistência médica são muitas.
A população ainda é pouco informada a respeito da alta incidência e facilidade de contágio por HPV. Além disso, o HIV ainda é visto como vírus distante, que afeta somente determinados grupos da sociedade, o que não é verdade! Estima-se que, no Brasil, mais de 180 mil pessoas são portadoras do vírus e não sabem.
Todos esses fatores contribuem para que o paciente não saiba seu status sorológico, o que implica, necessariamente, em desconhecer que faz parte de um grupo de risco para o desenvolvimento do câncer anal.
Mesmo para quem já conhece seu status sorológico, a vergonha de ir ao médico e relatar os sintomas de câncer anal (sangramento durante a evacuação, dor na região do ânus, coceira, ardor, secreções e feridas no local) também pode se tornar um obstáculo para um diagnóstico correto e precoce.
Não deixe que a vergonha e o medo do diagnóstico te afaste de obter o tratamento adequado, seja para o HPV, HIV ou o câncer anal. Realize exames para IST’s regularmente, vacine-se contra o HPV se possível e procure o coloproctologista se notar o surgimento de sintomas anais. Se precisar, entre em contato com a minha equipe e marque uma consulta. Será um prazer te ajudar!
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