Histórico familiar de pólipos intestinais pode aumentar o risco de um paciente ter câncer colorretal, diz estudo

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Histórico familiar de pólipos intestinais pode aumentar o risco de um paciente ter câncer colorretal, diz estudo

Histórico familiar de pólipos intestinais pode aumentar o risco de um paciente ter câncer colorretal, diz estudo

Um estudo sueco recente publicado no periódico The BMJ, do Reino Unido, avaliou o risco de câncer colorretal em parentes de primeiro grau de pacientes com pólipos intestinais. De acordo com os resultados da pesquisa, os irmãos e filhos dessas pessoas possuem riscos maiores de desenvolver a neoplasia em idade jovem, e pode ser interessante que eles iniciem o rastreamento para o câncer colorretal mais cedo. 

Faltavam evidências a respeito do histórico familiar de pólipos e o câncer colorretal

Já é consenso há muitos anos que indivíduos com histórico familiar de câncer colorretal possuem riscos maiores de desenvolver a doença, mas ainda não estava claro se o mesmo vale para quem tem histórico familiar de pólipos. Algumas entidades médicas, como a The US Multi-Society Task Force, por exemplo, recomenda o rastreamento precoce em pacientes com parentes que tiveram pólipos avançados, mas esse não é um consenso entre as autoridades médicas. 

Enquanto alguns estudos mais antigos reportaram um aumento no risco de câncer colorretal em parentes de primeiro grau de pacientes com histórico de pólipos, outros indicam que o risco pode variar de acordo com o tipo de pólipo, ficando restrito a adenomas grandes ou avançados.

A principal pergunta que surge a partir desses estudos é se parentes de primeiro grau de alguém com pólipos intestinais continuam com risco elevado de ter câncer depois de considerar o histórico familiar de tumores colorretais. Se sim, a próxima questão é se esses parentes têm mais riscos de desenvolver a doença antes da idade recomendada para o rastreamento. 

Estudo abrangeu ampla população e considerou variáveis importantes

A partir de dados coletados do sistema público nacional de saúde da Suécia, os pesquisadores tiveram acesso a informações de todos os departamentos de patologia do país entre 1965 e 2017. A partir do cruzamento de informações, foi identificado que indivíduos com parentes de primeiro grau com histórico de pólipos tinham o risco de ter câncer colorretal aumentado em 62% em comparação a aqueles sem esse histórico familiar. 

Ao considerar o histórico familiar de câncer de intestino, esse risco se atenuou para 40%, mas aumentou em até 77% quando mais de um parente de primeiro grau tinha desenvolvido pólipos ou quando o pólipo foi identificado antes dos 50 anos. 

Isso indica que existe uma forte associação entre o câncer colorretal em jovens e um histórico familiar de pólipos. 

Outros aspectos interessantes observados pelos pesquisadores é o quanto os riscos individuais podem diferir de acordo com o histórico familiar:

Indivíduos que tinham dois ou mais parentes de primeiro grau com pólipos, mas sem tumores intestinais, apresentaram um risco ligeiramente maior de câncer colorretal em comparação com aqueles que tinham um parente de primeiro grau com câncer. 

Aqueles que tinham dois ou mais parentes de primeiro grau com pólipos e câncer colorretal tiveram um risco cinco vezes maior de ter a doença e um risco mais de 16 vezes maior de se desenvolvê-la precocemente, em comparação com indivíduos sem parentes de primeiro grau com pólipos ou câncer de intestino. 

Precisamos ressaltar, entretanto, algumas limitações do estudo sueco:

A coleta de dados não incluiu informações como o tamanho ou quantidade de pólipos nos parentes e outros fatores de risco relacionados ao estilo de vida. Além disso, apesar de os dados datarem a partir de 1965, a cobertura pareceu limitada antes de 1990, o que pode indicar que muitos casos não foram considerados. 

Outra questão importante é que, até 2008, não havia triagem de câncer colorretal organizada na Suécia, o que indica uma falta de informações a respeito da indicação do exame. 

Uma das principais ferramentas de combate ao câncer colorretal é a sua prevenção por meio da colonoscopia. Ao contrário da grande maioria dos tumores, o câncer de intestino pode ser prevenido ao removermos pólipos intestinais o quanto antes, para evitar a sua malignização.

Sem dúvidas, os resultados desse estudo indicam que mais uma parcela da população poderá se beneficiar do rastreamento precoce, o que faz toda a diferença na eficácia do tratamento e na sobrevida do paciente. 

Se você quer saber mais sobre o desenvolvimento de câncer colorretal em pessoas com menos de 50 anos, confira esse post 

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